quarta-feira, 16 de abril de 2008

Agora

Estive deitado ao léu contemplando o nada, contemplando a imensidão do tempo passar, contemplando o céu cinza pensando ora no céu cinza, ora em você. Estive tentando entender por que tanto esforço e por que eu, logo eu, estava ali, deitado, contemplando o céu cinza mas não tranquilamente: oprimido por obrigações e futuros inexoráveis e compromissos, sempre compromissos e obrigações sem tempo pra parar e contemplar. Pensei nessas coisas diversas, nessas coisas que deixam a gente confuso, as folhas balançando, o chão de pedra, o amor, a amizade, o futuro, o passado e pensei, afinal, no agora. Esse agora que eu pude finalmente, por um momento, contemplar, era frágil e tímido e triste: esse agora não tinha você. E pensei nas causas e consequências, nas direções possíveis, no sentido de seguir um sentido qualquer, na efemeridade de tudo. Pensei na falta de sentido de viver qualquer agora que não seja o agora-felicidade, o agora-realização, e pensei na incoerência de viver para o amanhã. E continuei a contemplar o céu cinza e a pensar na falta que você fazia naquele momento preciso, e tem feito em todos os momentos, e no entanto nada mudou: eu, cá, a contemplar, você, impossível, lá.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Clouds

These are dark days. I walk the rainy streets, I walk with fear. I fear the future. I walk, cigarette in hand, minding too much. These are strange times of grey skies and lonely people passing by. The days go by, nothing happens, it rains, it rains, the only thing that seems to move are the lonely people in their cars, coming from nowhere, going nowhere. The sky doesn't move. There is no day or night, there are black clouds, hanging, black clouds we can almost touch but we don't, in fear, we avoid and we go inside our homes. "Homes". I watch them running desperately trying to. Trying to win, trying to be happy, they can't, they cry. I watch. Cigarette in hand I pass them by, I walk trough the city and the cars, going nowhere. It rains, and no one is happy anymore. "No one has accomplished anything". Cigarette in hand, youth fades and the moon is high and beautiful but we can't see it. These are dark days and maybe these are our last.




"Oh the werewolf, oh the werewolf
Comes stepping along
He don’t even break the branches where he’'s gone
Once I saw him in the moonlight, when the bats were flying
I saw the werewolf, and the werewolf was crying

Cryin’ nobody knows, nobody knows, nobody knows
How I loved the man, as I teared off his clothes
Cryin’ nobody know, nobody knows my pain
When I see that it’'s risen; that fool moon again

For the werewolf, for the werewolf have sympathy
For the werewolf, somebody like you and me."

domingo, 6 de abril de 2008

I Found A Reason

não queria nunca te deixar, essas coisas, assim, bêbado, e você sabe que eu estou bêbado, é que dói, é o que mais dói deixar você ir embora na noite e eu sozinho aqui sem você, entende, queria tanto poder voltar com você, dormir com você, ter a certeza de acordar com você e nunca mais deixar você ir na noite escura pra me deixar sozinho assim, com frio e bêbado. sinto medo de pensar na sua ida, em não-te-ver, em ficar aqui nessa terra inóspita, nu, no sentido mais profundo do nu que pra mim seria 'sem-você', nu nessa terra inóspita em que o universo me jogou, sem proteções, sem ter em quem confiar, você longe, eu tenho horror de pensar nisso. e se eu pudesse pedir alguma coisa com certeza pediria que ficasse por que ainda temos tanto pra ver juntos, e você longe e vivendo sem mim me deixaria desnorteado, sabe, assim, difícil viver pela metade. não vai que eu te amo tanto e vai ser tão difícil nesse mundo quebrado e maluco sem você pra mim, faz frio... tremo de pensar em perder teu abraços...




"Oh I do believe
In all the things you say
What comes is better than what came before

And youd better come come, come come to me
Better come come, come come to me
Better run, run run, run run to me
Better come"