sábado, 14 de fevereiro de 2009

Departures

E de repente, naquela fila de aeroporto, você já longe, já inalcançavel, depois de tantos beijos e abraços, eu chorei discretamente, discrente de que não te teria mais aqui nessa cidade, chorei as lágrimas que chora um amante de um amor perdido, as lágrimas da pré-saudade. Sei que haverão distrações, o tempo vai passar, aulas, trabalho, ruas, onibus, cerveja, cigarro, mas dói do mesmo jeito, resta aquela descrença, a parte que nao quer aceitar, o trauma do ter que deixar e a esperança do reencontro breve. Sobra, de qualquer forma, um vazio pulsante nessa cidade, a vontade de ter passado mais tempo contigo. Aguardo cabisbaixo sob o tempo feio e chuvoso que se formou desde a véspera da tua partida, como se o tempo chorasse chuva comigo, e o sol aguarda ansioso pra brilhar no próximo janeiro e te lembrar do calor da tua terra, da tua família, dos teus amigos, dos teus amores. Saiba, ninguém vai te esquecer. Volta, precisamos de você.