sábado, 15 de setembro de 2007

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"Let's end it here
Let's end it here"

E quarenta e duas horas depois, os olhos cansados, as olheiras, bocejos, cervejas demais no almoço. Às duas da tarde o vento costuma parar de correr, passeia com calma e periga até parar e junto com ele o tempo. Guardo os isqueiros, o cinzeiro, os restos da vida anterior, guardo num armario velho junto com o resto, tudo que não é mais necessario, tudo que machuca, tudo que já foi, as cinzas e tranco as portas. Não jogo fora: guardo, para que nunca me esqueça tudo aquilo que se passou. Vou poder visitar as cinzas uns dias ou outros, poder ser grato pelos dias novos, poder remexer as gimbas e encontrar explicações, não, não jogue as cinzas fora.

Mas deixe-as de lado, ignora esse ar podre e finja que está tudo bem, faça estar tudo bem.
Abre as janelas pro vento do tempo parado soprar.

"Untied and weightless
Unconscious as we cross
The international dateline
Let's end it here

Let's end it here
Let's end it here
Let's leave her here
Let's leave her here"

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