domingo, 22 de julho de 2007

Depois, amanhã

Depois do fim veio o presente conturbado que vivemos.

Caminhei no falso-frio que me dava calor com esse casaco, pessoas pessoas só desconhecidos, ando até a praia, pessoas pessoas só desconhecidos. Espero... Um cigarro, dois, espero, três, ah, é, finalmente, eu já estava de saco cheio, pois é, ok, vamos lá.

Ela atravessou a rua com a jaqueta vermelha e o cabelo ruivo. Olhou sem querer se entregar, incerta.

-Oi!
-Oi!

...

-É, eu to indo ali no quiosque
-Eu também vou lá daqui a pouco
-Ok

E aí ela sorriu assim talvez um pouco permissiva ou eu queria acreditar nisso.

Depois de algumas cervejas e outros mais cigarros (que são, esses dois, os marcadores de tempo das noites) ela, novamente, dessa vez não nos falamos, só compartilhávamos pequenos fragmentos de um possível futuro próximo através dos olhos.

Só possivel.

Caminhei entre as pessoas pessoas a essa hora já alguns conhecidos, não me despeço, não se despedem, aceno para o taxi e jogo fora o cigarro nas ruas de mais uma noite perdida. Talvez, quiçá, depois, talvez amanhã.

Um comentário:

Antonia disse...

Eu conheço este casaco...