A nossa geração é a geração dos deprimidos-conformados. O saber que a vida é uma merda é constante, e já não incomoda. É como ter conhecimento de que nossos objetivos são vazios e não vão nos levar a lugar algum, mas continuar avançando eles mesmo assim. Uma inércia inexplicável é que leva adiante as ações do dia-a-dia,  que não têm aceleração nem direção própria. Os meios e os fins não se justificam, os meios são óbvios e os fins já foram desmistificados. O que move as engrenagens é o mistério maior, que não se decifra, e talvez seja o mais puro motor da vida: a vida por si mesma, ainda que ela se conheça fútil, não tenha crença em seu propósito e nem fé no seu resultado. Persiste, sem razão, e não se pode questionar os motivos, pois motivos não há.
"Nada disso tem moral
 Nem tem lição
 Curto as coisas
 Que acendem e apagam
 E se acendem novamente em vão...
 Será que a gente
 É louca ou lúcida?
 Quando quer
 Que tudo vire música?
 De qualquer forma
 Não me queixo
 O inesperado quer chegar
 Eu deixo..."
 
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