Escrever é o ofício do inútil. Criar as palavras é construir a estrada que segue em frente para o horizonte desconhecido, a rota de fuga do agora. A busca pela perfeição é a fuga em si, é a tentativa de escapar da imperfeição de tudo, da falta de paz. A gente faz as rimas pela falta que as rimas fazem no dia-a-dia, tentando encaixar coisas que não se pertencem, que só estão ali, tão perfeitas e sonoras por um capricho falso, inverossímil. Escrever é tentar dar ordem ao que não tem. E dói, dói por que é impossivel, é o esforço sem por quê, é tentar matar a sede de ordem doce, mas estamos num mar de caos salgado. Escrever é vomitar sonhos, é o fardo dos insistentes e a saída dos descontentes.
Melhorar respirar o caos e afogar-se.
Por que escrever, meus amigos,
é o ofício do inútil.
Fly Me To The Moon (2008 Remastered)
Há um ano
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