Tenho pensado demais, investigado demais, procurado sentir demais. E raciocinando o que não é lógico por natureza, tenho estado preso no paradoxo comum do tentar-sentir que enjaula e reprime o sentir natural, o sentir-fluido. É uma coisa idiota esse nosso desespero por sentirmos-nos vivos, nosso horror de não-aproveitar a vida. Idiota e inútil, por que é esse mesmo desespero que nos sobrecarrega, nos impede de aproveitar a vida verdadeira, a vida que não precisa ser examinada nem compreendida nem raciocinada: a vida sentida, a vida que invade a alma desrespeitando as nossas resistências, nossos preconceitos. Essa é a única vida que importa: o existir ao acaso. E, entende, foi existindo ao acaso que te encontrei, que você entrou na minha vida, quem sabe, devo dizer, se tornou a minha vida, ultimamente. Foram as probabilidades ou quem sabe Deus - isso que eles chamam de Deus - ou talvez o universo (e talvez sejam as três coisas uma só) que me mostraram um caminho novo, levemente: uma possibilidade de amor. E estou fazendo a minha parte, estou deixando-me guiar por esse acaso que nos juntou, estou exercendo a calma e abandonando o preocupar-se que impregnava a rotina. E mais importante: simplesmente agradeço. Não tento prever, calcular, previnir ou compreender. Já disseram:
"A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."
Disseram verdades.
"I like you too much
After too little time
I hold back my heart’s crazy rambling
The fear that I should overwhelm your smile
Frightens the spiders inside me
Oh this could be magic
After all, after all"
Fly Me To The Moon (2008 Remastered)
Há um ano