segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Dreams

As you take off into your dreams
Of lands unknown and quiet streams
You let me share a subtle moment
And rest your worry on my shoulder
And as my hand touches your fingers
I do wonder what dreams linger
In such a busy mind, a deep abyss
Do you perhaps dream of my kiss?

Avião PoA - Rio, 26/08/2018

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Parabéns

Hoje é o seu aniversário
Eu lembro do ano passado
O quanto que eu sofria
Que você não era minha
(Era minha, todavia, em poesia)

E agora, mais uma vez
Não é minha, quem sabe, talvez
Seja agora de um lorde inglês
Mais provável (me convém)
Que não seja de ninguém

Por onde anda? Faz o que?
Talvez melhor eu não saber
Independente, te quero bem
De toda forma: parabéns

Rio, 14/08/2018

sábado, 5 de maio de 2018

Parte de mim

Quando eu olho pra você é
exatamente
como mergulhar no mar gelado
num dia muito quente de sol
que no começo é um susto
e o arrepio
e aí de repente
você se esquece naquela imensidão
flutuando nas ondas leves
e a vontade que dá
é de não sair mais do seu olhar
que esses dias toda vez
ele vem acompanhado
de um sorriso mais lindo
que me dá uma saudade do beijo
que antes eu contava
os minutos pra beijar
e das flores que eu acordava
cedo pra comprar
e dos poemas que eu dormia
tarde pra escrever
e de todo o resto que eu não
sei como fazer
pra eu ficar sem você
por que você era assim
a melhor parte de mim.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Pergunta

Qual é o ponto, mulher
De que serve “fazer o que quer”
Se eu não posso te fazer cafuné?

Pra que ser rápido ou lento
Se todo segundo do meu tempo
Eu sinto falta do seu dengo?

O que me resta agora então
Onde eu guardo o meu coração
Se eu não posso pegar na tua mão?

Pra que ter, por metade ou inteiro
Saúde, amizade ou dinheiro
Se a minha cama não tem o seu cheiro?

De que adianta eu acordar
Se não é mais com o teu olhar
Dizendo que adora me amar?

Enfim, tô tentando entender
Qual é o ponto, afinal, de viver
Uma vida assim sem você

Rio, 17/04/2018

terça-feira, 10 de abril de 2018

Náufrago

Quando eu soube que te perdi, e quando vi como era final que eu te perdi, e como não havia o que eu pudesse fazer pra voltar atrás e te ter mais uma vez e evitar que eu te perdesse, eu me senti como naquela noite gelada do Titanic, e debaixo dos meus pés ele se partia e afundava, não, eu era o Titanic, quebrado em dois, lentamente afundando naquela água fria que me consumia sem remorso e indiferente, como quem diz “tudo afunda”, e nem as incontáveis horas de esforço e nem a engenharia meticulosa das poesias e nem os melhores materiais e nem todo o planejamento do mundo puderam resistir àquele iceberg que tanto lá estava quanto você colocou, e quando colidiu simplesmente se negou a mover, exigiu meu sacrifício, me disse: “daqui não se pode passar”, e eu, esse navio orgulhoso e otimista e cheio de planos pro futuro não tive outro jeito se não aceitar obstinadamente que todos esses planos iriam por água abaixo, todos os futuros iriam congelar nesse mar gelado e escuro pra nunca mais serem achados, nunca mais estarmos juntos, o dia que eu soube que te perdi eu naufraguei, cheguei no fundo do mar pra nunca mais navegar.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Desperdício

Foi muita fala derramada
Muita prosa esquecida
Muita poesia despejada
Num coração sem saída

Rio, 9/4/2018

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Leve

Se você quer leve
Eu sou pluma
Se quer espaço
Eu sou lento
Se você quer rápido
Eu sou agora
Se quer longe
Eu sou vento
Se você quer amar
Eu sou namorado
Se quer carinho
Eu sou sentimento
Se você quer junto
Não vai ser separado
Se quer perto
Eu sou dentro

Rio, 4/4/2018